Do Arduino ao projeto final: a importância dos testes
Na última década, tivemos uma expansão significativa da quantidade de artigos, postagens, imagens e vídeos com assuntos de DIY (Do It Yourself), sigla que em português que significa ‘faça você mesmo’. De forma geral, a sigla define a possibilidade de se fazer algo, desde um serviço doméstico até uma bugiganga, que em inglês chamamos de Gadget, sem precisar de muita técnica ou acabamento.
Enquanto as pessoas criaram uma má fama da palavra gambiarra, que muitas vezes é usada para definir um serviço mal feito, sem segurança e feia, o DIY chegou para mudar essa realidade. Na verdade, até mesmo algumas empresas revelam uma romantização e apreço pelo DIY, que chama atenção por ser fácil, mas, nem sempre, uma solução duradoura.
Por isso, hoje vou relacionar o tema à necessidade de realização de testes para tornar prototipagens, como a realidade dos Arduinos, que consistem em placas de prototipagem utilizadas para gerar soluções fáceis e rápidas no ramo da eletrônica, em uma solução real.
O DIY chama atenção por sua facilidade ao utilizar materiais que, muitas vezes, estão ao nosso alcance e se transformam em ferramentas para resolução de problemas. Do mesmo modo, o surgimento de sistemas eletrônicos embarcados, como o Arduino, permitem a criação de soluções fáceis e rápidas para problemas diversos.
No entanto, chamo atenção para uma característica em comum entre eles: não são feitos, projetados e pensados para durar, ter confiabilidade ou serem utilizados em atividades profissionais, já que tendem a resolver problemas simples e de curto prazo. Confira a seguir alguns exemplos.
Relação entre life hacks e Arduinos
Dentro das concepções de faça você mesmo temos a categoria chamada de life hacks, que, originalmente, surgiu de rotinas rápidas e sujas criadas por programadores para processar grande quantidade de informações, como a sincronização de arquivos, acompanhamento de tarefas realizadas, classificação de e-mails e muito mais.
Depois, o tema foi adotado para identificar profissionais da área de programação que são experts em decifrar códigos e entrar em sistemas, quebrando proteções e barreiras eletrônicas (hackers).
Hoje, qualquer coisa que resolve problemas do dia a dia de uma forma inteligente e não óbvia pode ser chamada de life hacks. Mas, porquê trago esse assunto neste artigo? A resposta é simples.
É que, desde o surgimento do Arduino, vejo cada vez mais projetos utilizando circuitos e técnicas que parecem DIY e life hacks, em detrimento de uma solução realmente projetada para atender com qualidade a uma necessidade. Assim, sempre que aparece a necessidade de se adicionar um leitor de impressões digitais ou um GPS a alguma placa ou produto, por exemplo, surgem pessoas que vão pesquisar na internet e trazer uma imagem ou artigo sobre isso, pensando que, se já existe na internet, é só fazer igual - mas não é bem assim.
Não somos contra a realização de testes a partir de uma tentativa ou método anterior, mas é bom deixar claro que existe uma distância enorme entre um teste de conceito ou um circuito didático, para um produto final.
Soluções profissionais com Arduino
O produto final trabalhado a partir das prototipagens em eletrônica deve atender às especificações de funcionamento, instalação e compatibilidade com outros elementos do projeto que, às vezes, acaba se tornando inviável quando precisa ser aplicado a um determinado sensor, componente eletrônico ou um tipo diferente de instalação. Mas não é só isso, é preciso considerar que ainda temos a análise de custo para a produção em maior escala daquela solução aparentemente fácil sugerida na internet.
Em um exemplo prático, pense que você poderia tomar banho em um chuveiro feito com latinha de refrigerante, em uma situação mais inusitada, em um sítio, porém não compraria um chuveiro feito desta forma se ele fosse vendido em uma loja e, sequer, instalaria em seu apartamento que acabou de receber as chaves.
É por isso que os testes realizados em laboratórios de hardware são importantes para o sucesso de uma solução. E, mais do que você imagina, até mesmo os DIY e life hacks são testados e muitos nasceram em laboratórios de eletrônica espalhados pelo mundo a partir de rotinas para testar componentes e conceitos e vender a hobbistas e estudantes.
Realizando testes para chegar ao produto final
Quando estamos desenvolvendo nossas aplicações na Vsoft, os testes são sempre muitos. Testamos sobretensões, vibração, variação de temperatura, interferências eletromagnéticas e em alguns casos, até mesmo a interação com outros circuitos, a exemplo de câmeras, celulares e computadores de bordo de veículos.
Na maioria dos casos, é necessário realizar uma mudança de componente ou a forma de montagem para se chegar ao resultado desejado.
Às vezes, um circuito pode até funcionar bem, mas é possível encontrar componentes substitutos para tornar a compra e produção em escala bem mais baratas - e é aí que está o problema: se uma fórmula que deu certo para outra pessoa é apenas reproduzida sem testes, aquela solução mais barata e que gera um melhor custo-benefício para o projeto pode não ser compatível com a montagem ou com o firmware que está disponível na internet. É por isso que, na Vsoft, contamos com uma equipe especializada para desenvolvimento de qualquer firmware.
Confira a seguir algumas de imagens de um dos produtos que mais contaram com a dedicação de engenharia e criação. Muitas coisas vieram da análise e estudo prévios de circuitos da internet, mas, ao invés de apenas reproduzi-las, a equipe desenvolve os testes e melhorias necessárias para a construção de uma placa única e totalmente utilizada para o uso com softwares da Vsoft e, claro, com total segurança e qualidade para a instalação nos veículos homologados pela equipe de Hardware.
Por fim, considerando as reflexões deste artigo, quando você se deparar com uma placa de Arduino em uma aplicação útil, lembre-se que nada é tão desprezível que não pode ser utilizado, mas também não é um produto adequado que pode ser entregue a um cliente como um produto finalizado. Até porque, um projeto de eletrônica não se trata apenas da placa ou de um amontoado de componentes, mas sim, de um sistema completo de placas, documentação, gabinetes de instalação, e softwares que vão dar vida a toda eletrônica embarcada.
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Kleber Oliveira
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